Um rápido olhar sobre a História revela que, em geral, o tratamento dado aos problemas econômicos pelas diferentes formas de governo que o mundo já conheceu oscila entre duas posições opostas e extremas. De um lado, o absolutismo monárquico e o socialismo, por exemplo, defendiam uma rígida interferência do Estado na economia. Por outro, o liberalismo capitalista e as formas mais atuais de neoliberalismo defendem a eficiência dos mercados e a livre iniciativa dos agentes econômicos.
Tais extremos, sem dúvida, devem ser evitados. Uma forma de governo que intervém excessivamente no cenário econômico não permite que os indivíduos ajam criativamente no universo dos negócios. Mas o liberalismo desenfreado, por outro lado, faz com que aumente a vulnerabilidade da população mais pobre diante de uma crise, dado o aumento do desemprego. É preciso que as democracias modernas, juntamente com seus parlamentos e o judiciário garantam um ambiente econômico livre, o cumprimento de contratos e a mínima seguridade jurídica aos negócios, mas ao mesmo tempo protejam a parcela mais empobrecida da população através de programas sociais. Igualmente, a importância da reunião de países em blocos também tende a crescer, visto que as economias nacionais isoladas detêm cada vez menos força para se protegerem de crises globais. Nesse sentido, os esforços de países como o Brasil e os demais da América Latina devem convergir para uma integração econômica cada vez maior, com o intuito de se fortalecerem diante do atual cenário econômico global de instabilidade.
No âmbito brasileiro, o governo deve estimular o mercado interno e criar regras de controle de capitais especulativos para, com isso, evitar as oscilações prejudiciais na taxa de câmbio. Medidas dessa natureza buscam proteger a indústria nacional e o emprego dos brasileiros.
Portanto, uma economia estável e sadia requer um governo que não manifeste excesso de controle ou de liberalismo na economia. Tendo em vista que a atual crise foi gestada no seio da economia capitalista neoliberal, os Estados nacionais, entre eles o brasileiro, devem repensar suas formas de atuação nesse âmbito para, em conjunto com a sociedade, construírem um ambiente econômico mais estável e com expectativa de crescimento e desenvolvimento para todos.
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